OS EXILADOS DE ALTAIR IV – SANDALFON E A NAVE DOS ANTIGOS (continuação).

Na realidade, o Arcanjo Miliel e seus colegas sabiam dos acontecimentos em curso na região central e do rumo que estava sendo planejado para a ocupação do poder dentro desta região. Isso, por outro lado, comprometeria o equilíbrio que outras entidades tentavam impor dentro de Orion, que após a Rebelião de Lúcifer tinham se descaracterizado completamente em uma linha de alta polarização e de ilusões nunca imaginadas. Os acontecimentos estavam sem controle dentro da Constelação de Orion, que não distava tanto assim de Lira e seus vizinhos. Lembrem que o processo evolutivo é cíclico e se aplica a todos os focos. Como os mais importantes tinham passado pelo processo de dualidade e polarização de forma semelhante e no decorrer dos acontecimentos tinham se deslocado para os novos focos de vida, a polaridade estava presente em todos os núcleos evolutivos da raça humana e das outras raças, que há muito já tinham se confrontado em guerras.
Muitos conflitos ainda existiam, mas eram controlados pelas forças da Federação. No entanto, os planetas isolados não confederados e ligados a uma alta polaridade negativa, estavam se fortalecendo e avançando no processo de colonização em mundos isolados, mas estrategicamente dispostos dentro dos limites de alcance aos Portais estelares existentes. Por outro lado, a ânsia por dominação e aprofundamento na materialidade fazia parte desses representantes, assim como em muitos da Federação, principalmente nos que estavam ligados aos atuais focos de Lira e Vega, o que colocava a situação central em perigo para as futuras gerações.
Os representantes da Constelação de Centauro, em especial da estrela de Alfa Centauro, que representa outro Logos Solar de Miguel, se manifestou para restringir as atribuições da Federação e evitar um desvio das diretrizes e metas originais propostas pela Federação. Esta situação foi colocada a Sandalfon e sua equipe, para que pudessem compreender melhor o que estava sendo pedido e proposto a eles como representantes da raça humana na materialidade desse quadrante. Eles mesmos tinham tido a oportunidade de verificar outras formas de vida além da humana na periferia e notaram que sua forma de viver e analisar a vida era bem mais madura e espiritualizada, isso porque estavam longe dos pontos de interesse político conhecidos. Foi colocado diretamente por Miliel que deveriam apreender a usar essa nave dos antepassados e utilizá-la para resgatar parte de sua civilização no que se referia a seguidores da nova linha energética e crística, que deveria ser inserida no contexto de Lira e arredores.

Essa nave, portanto, seria utilizada para resgatar parte de uma nova linha de seres que deveriam com esse despertar ir para outro mundo mais afastado e iniciar outro processo de colonização. Esse mundo ficava em uma região mais afastada e periférica da Via Láctea e seria a base de operações secretas até que pudesse contatar com a Federação tridimensional abertamente. No entanto, sua meta não seria somente esse mundo, mas também outro, que necessitava de um alento energético para restaurar a raça negra, que tinha sido enfraquecida pelas experiências genéticas abusivas. Esse mundo era a nossa Terra.
A Terra, dentro do contexto dessa civilização, era um mundo aberto onde muitas civilizações estavam presentes e tinham em diferentes épocas colocado suas bases de operações. Sabiam que a Federação por diversas vezes tinha entrado em combate com naves de Orion e de outros lugares não federados para evitar abusos ou não perder a soberania territorial. Sandalfon sabia que a Terra possuía uma história muito antiga e que existiram conflitos desde antes dos tempos da guerra galáctica que levou parte de seus antepassados Lirianos à aniquilação e que também manifestou raças muito evoluídas, entre elas, algumas que acreditavam estar baseadas em Betelgeuse e em quatro de seus mundos mais internos. Desses mundos, um deles apresentava vida bariônica e federada, mas eram seres ligados a outros planos mais elevados que estavam além da percepção atual da maior parte dos humanos de Lira, Vega e Altair.

Estes acontecimentos são relativamente recentes dentro do tempo sideral, se analisarmos que o nosso mundo tem quase 5 bilhões de anos e a manifestação de vida bariônica tem pouco mais de 1,2 bilhões de anos. Esta, por sua vez, veio de um processo de adaptação de níveis sutis cerca de 2 bilhões de anos antes, perfazendo 3,2 bilhões de anos no processo total de adaptação para o surgimento da vida como nós a conhecemos. Verificamos, então, que 100 mil anos não são nada. Esse tempo é menos abrangente ainda para as civilizações mais centrais, que tiveram seus mundos despertos antes que a Terra.
Sandalfon com sua equipe iniciaram todos os preparativos para conhecer e penetrar efetivamente na nave que estava orbitando o Sistema Nômade por um tempo incalculável. Pelas informações de Vorondekel ela estava há alguns milhões de anos vagando nessa órbita e esperava ser encontrada para poder transmitir as informações de sua tripulação original. A nave era quase cilíndrica com 120 quilômetros de comprimento por 75 de largura e 35 de altura, além de diversas torres de comando que elevavam essa altura a quase 40 quilômetros. A nave era muito grande e apresentava sinais de batalhas nas laterais, além de inscrições em um idioma ainda desconhecido. Sua cor era azulada e esverdeada indicando uma liga metálica e mineral desconhecida. Pelas características externas, essa nave era também um porta-naves de grande capacidade, indicando que era uma nave capitania de alguma frota perdida. Como ela pertencia a civilizações anteriores aos conflitos de extinção pelos quais tinham passado os Lirianos, não seria fácil saber de imediato a que planeta pertencia e qual a sua época linear correta, pois não existiam muitos registros exatos dessas épocas perdidas no tempo. Pelas lembranças de Sandalfon, o sacerdote Sandon tinha encontrado registros perdidos em Sirius sobre civilizações Lirianas antigas, que há mais de três milhões de anos tinham encontrado outras civilizações mais antigas que datavam de períodos relativos ao início da vida bariônica. Mas devido à falta de dados comparativos, esses registros estavam guardados, esperando um despertar apropriado.
Pelas informações complementares de Antara, a origem da vida bariônica do ser humano foi em Lira e essa data podia ser estimada de forma linear em torno de sete bilhões de anos, mas do ponto de vista energético e de arquétipos isso se eleva para quase 9 bilhões de anos na contagem terrena nossa. Isso porque o tempo de Altair equivale a 1.986 vezes o nosso, ou seja, quase o dobro, o que invalidaria as datas em nossa contagem linear. Essa nave pertenceu a uma civilização intermediária da 6ª dinastia tridimensional de Lira, o que equivale dizer que desde o ponto de partida tridimensional há sete bilhões de anos, a 6ª civilização e geração superou os problemas de dualidade polarizada e não entrou em colapso como outras antes e depois o fizeram a exemplo da atual civilização da qual provinha Sandalfon e sua equipe. Isso foi uma verdadeira desilusão para eles, pois verificaram como a criação e o desenvolvimento de suas diferentes formas de vida se manifestavam em ciclos como um biorritmo onde a cada ciclo uma parcela evolui e passa para outros planos e outra fica e tem que reiniciar todo um processo novamente. Isso ficou claro em suas mentes de forma que iniciaram novamente um processo de regressão de vidas passadas e buscaram respostas para sua atual situação cármica.

Penetrar na nave não foi difícil, pois estava com seus sistemas de defesa desativados, só funcionando os sistemas de rastreamento e detecção de formas de vida. Verificaram que as acomodações eram ótimas e que apresentava um logotipo com uma estrela de 12 pontas no centro de uma galáxia. Esse símbolo tinha sido descoberto por arqueólogos no planeta Ápice e em Fundera, um mundo muito antigo de Lira, onde se acreditava terem existido civilizações anteriores à que deflagrou a guerra e holocausto nuclear. O mesmo tinha ocorrido com Ápice, planeta que deu origem aos seres de Zeta Reticulli. Não foi registrado nada de ameaçador para sua tripulação, que deu início às pesquisas e exploração da grande nave Mãe, que em comparação com a deles era 550 vezes maior, além de ser mais moderna e mais bem equipada, pois descobriram um grande jardim hidropônico interno, com um tamanho 10 vezes maior que sua nave. A nave deles tinha um exemplar pequeno que garantia a reprodução do oxigênio e alimentos vegetais.
Os seres que lá viveram, pelo visto, vagaram pelo espaço por muitos anos, pois a nave oferecia condições de uma verdadeira cidade planetária. Pelas informações de Antara, essa tripulação com mais de 35 mil seres tinha se transportado para outro universo mediante a autorização de um dos Anciões dos Dias, que estava de prontidão em Nômade, e que essa transposição ocorreu através de uma ascensão pela chama trina diretamente para dentro do Portal entre os quatro primeiros planetas. Portanto, foi um ato de elevação comunitária quando ambas as partes concordavam.
Eles tinham cumprido a sua etapa evolutiva e não tinham mais vínculos com o plano tridimensional bariônico. A sua etapa evolutiva se manifestava em uma galáxia paralela à nossa em um patamar de 5ª/6ª dimensão e eram membros importantes na Federação e buscavam o reencontro equilibrado com suas outras partes em planos inferiores, mas ainda assim procuravam evoluir para patamares superiores como meta de unificação com a Fonte. Após algum tempo, a tripulação de Sandalfon já tinha encontrado os principais pontos de controle da nave, incluindo a ponte de comando, que estava projetada para uma equipe de pelo menos 30 pessoas, além dos demais centros estrategicamente divididos pela nave, que apresentava característica de combate bem avançadas. Os computadores da nave não reconheciam a simbologia da equipe de exploração, portanto tinham que iniciar uma tarefa de tradução e programas de interpretação linguística e matemática. Esse trabalho levou alguns anos até que a nave estivesse operacional para a equipe exploradora e a própria nave dos antigos permitisse a sua manipulação por parte dos forasteiros. A nave possuía um computador inteligente que controlava toda a nave.
Em paralelo, outros membros do Sistema de Nômade se apresentaram para a equipe e ensinaram técnicas de meditação e meios de comunicação com seres de outros planos, até prepará-los para contatar o Comandante original da nave Liriana abandonada. Esse contato foi um dos pontos mais importantes no trabalho da equipe, pois os colocou a par de parte da história de sua civilização e dos ancestrais que em muitos casos eram lendas esquecidas. O resgate conceitual estava tendo início, assim como a ancoragem do Cristo interno de cada um já se manifestava de forma efetiva. No entanto, eles sabiam que no seu regresso para Altair iriam enfrentar muitas dificuldades devido aos interesses políticos vigentes, pois eles teriam que se comunicar com todos os antigos amigos de confiança e dar início de forma secreta a um movimento de despertar, além de trazer informações sobre as civilizações desaparecidas antes do holocausto.
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