O UNIVERSO TEM CONSCIÊNCIA?

Quem diz isso é um polêmico modelo matemático.

O Universo pode ter consciência. Apesar da frase meio poética, quem diz agora que isso é possível é uma ciência mesmo: a boa e velha matemática. Conseguimos prever fenômenos naturais com precisão apenas manipulando números, desde os movimentos dos planetas até a colisão de dois buracos negros a bilhões de anos-luz de distância. Mas como isso é possível? Para explicar, cientistas estão se debruçando sobre um modelo controverso chamado Teoria da Informação Integrada (IIT).

Este modelo tenta quantificar e medir a consciência. Quando aplicado a objetos inanimados, como máquinas, partículas subatômicas e o próprio universo, o modelo chega a um resultado intrigante: eles também são conscientes. “Isso poderia ser o início de uma revolução científica”, disse Johannes Kleiner, matemático do Centro de Filosofia Matemática da Universidade de Munique, na Alemanha, à revista New Scientist.

Matemática complexa

A Teoria da Informação Integrada se baseia em um valor chamado “phi”, que representa a interconectividade de uma rede, seja uma região do cérebro, um circuito ou um átomo. Esse cálculo traduz o nível de consciência dessa rede. Quanto maior o “phi”, mais consciente. O córtex cerebral humano, por exemplo, tem um valor altíssimo, pois contém densos aglomerados de neurônios interconectados. Quando a IIT foi proposta pela primeira vez, em 2004, pelo neurocientista Giulio Tononi, o cálculo do “phi” era quase impossível. Chegar ao valor da consciência de um cérebro humano já teria levado mais tempo do que a existência do universo.

Porém, um artigo publicado em fevereiro deste ano pelos criadores da teoria tenta simplificar significativamente o processo. As descobertas dele parecem sugerir que, se quisermos uma descrição precisa da consciência, precisamos abandonar nossas convicções e aceitar que todos os tipos de matéria, mesmo as inanimadas, podem estar conscientes —talvez até o universo como um todo.

Muitos acadêmicos, porém, seguem relutantes em relação à Teoria da Informação Integrada. Não por causa de sua complexidade, mas, principalmente, pelas implicações de longo alcance que a ideia de um “universo consciente” pode trazer.

“Eu acredito que a matemática pode nos ajudar a entender a base neural da consciência no cérebro, e talvez até de máquinas, mas inevitavelmente deixará algo de fora: a qualidade dessa experiência, sentida internamente”, disse Susan Schneider, filósofa e cientista cognitiva da Universidade de Connecticut, nos Estados Unidos, à New Scientist.

FONTE: UOL/TILT/NEW SCIENTIST


A afirmação de que tudo no Universo tem vida, vontade e consciência deixou de ser um enigma religioso ou filosófico debatido em círculos metafísicos. Nos últimos anos, um número crescente de físicos e astrônomos está pesquisando, analisando e apresentando argumentos.

Físico veterano da Escola de Tecnologia de Nova York, Gregory Matloff disse em seu artigo publicado em 2016 que o resto do Universo pode ser tão consciente quanto os humanos. Ele chamou isso de “campo da protoconsciência” que se estende por todo o espaço, onde as estrelas também podem ser entidades pensantes que deliberadamente controlam seus caminhos.

“Uma maneira pela qual uma estrela com uma mentalidade poderia alterar sua trajetória galáctica é através da emissão de um jato unidirecional. Esses jatos foram observados em estrelas jovens”, disse Matloff.

Este fato foi observado nas jovens estrelas azuis, que se movem de uma maneira particular em relação ao resto, as estrelas mais quentes. Algo que já havia sido detectado e não tinha uma explicação clara. Um fenômeno chamado Descontinuidade de Parenago.

Ele também descobriu que, embora elas não tenham neurônios ou túbulos, as estrelas mais frias que fazem esses movimentos revelam a presença de moléculas simples. As moléculas foram relacionadas à vida no Universo. O pesquisador sugeriu que essas moléculas poderiam estar relacionadas ao campo da protoconsciência universal.

Se a descontinuidade no movimento das estrelas frias é um fenômeno que é posteriormente observado em toda a galáxia, a hipótese da estrela com vontade própria ou consciência terá muito mais peso. Agora os cientistas aguardam os resultados das últimas observações das estrelas.

Enquanto isso, nosso Sol, que é uma estrela fria, também circula pela Via Láctea mais rápida e diferentemente do que as estrelas mais quentes. Para onde se move, qual é o seu destino, é um mistério.

O pesquisador disse que se interessou por essas investigações em 2011, quando participou de um simpósio na sede londrina da Sociedade Interplanetária Britânica, onde o filósofo Olaf Stapledon falou. “Eu decidi investigar se há alguma evidência para apoiar sua metafísica central.”

A postulação de Matloff em que cada objeto material tem algum tipo de mente recebeu no século XVI o nome de panpsiquismo por parte do filósofo italiano Francesco Patrizi e hoje mantém esta denominação em alguns estudos.

Da mesma forma que é difícil entender onde está a consciência do ser humano, também é difícil entender onde está a consciência de cada objeto ou entidade.

Kristian Marlow, co-autor de The Superhuman Mind, diz que o mistério da consciência “nunca pode ser resolvido”. Mas, se a consciência não pode ser explicada, ela pode ser observada. Nós sabemos a diferença entre consciência e inconsciência. Significa estar ciente do ambiente ao redor”, destacou em janeiro um estudo publicado pela Owlcation.

O filósofo grego Thales de Mileto, que viveu entre 620 a.C. e 546 a.C., disse que os ímãs tinham uma alma, o que era demonstrável, porque os ímãs podiam mover o ferro. Ele então concluiu que, se os ímãs têm alma, então todos os outros objetos também possuem.

Entre aqueles que apóiam a possibilidade de um universo consciente estaria o ilustre físico britânico Sir Roger Penrose e o astrônomo Arthur Eddington, acrescenta o relatório.

Outras teorias sobre a consciência além do panpsiquismo estão circulando atualmente:

Consciência quântica ou “ORCH-OR”

O físico britânico teórico Roger Penrose e o anestesiologista e psicólogo Stuart Hameroff promovem a teoria da consciência conhecida como Redução Objetiva Orquestrada ou ORCH-OR.

“A teoria postula que a consciência é disparada dos microtúbulos inseridos no núcleo quântico de nosso universo, sugerindo que a consciência não surge simplesmente dos processos neuroquímicos do cérebro, mas tem uma origem mais profunda e primordial que é intrínseca ao universo”, de acordo com The Mind Unleashed.

Em janeiro de 2014, pesquisadores japoneses detectaram vibrações quânticas em microtúbulos, o que eles chamaram de pilares da ORCH-OR, destaca o documento.

O universo participativo

A teoria do “universo participativo” foi desenvolvida pelo renomado físico John Archibald Wheeler, do qual o termo “buraco negro” é conhecido. Ele trabalhou com Niels Bohr nos primeiros experimentos inovadores em mecânica quântica.

Esta teoria fala sobre o universo participativo ou o Princípio Antrópico Participativo e incorpora ideias da teoria quântica para sugerir que “a observação humana cria o Universo”.

Projeto de Consciência Global e a Precognição Retroativa

O Projeto de Consciência Global foi o resultado de uma série de experimentos que ocorreram em Princeton nos anos 90.

Os pesquisadores acreditam que a consciência humana pode impactar a informação aleatória e torná-la mais ordenada.

“A pesquisa tornou-se o Projeto de Consciência Global em andamento, que coleta dados estatísticos de todo o mundo documentando como a consciência humana afeta padrões numéricos aleatórios”, de acordo com The Mind Unleashed.

Também destaca que o Dr. Daryl Bem escreveu um artigo intitulado “Sinta o Futuro”, que apresenta evidências experimentais de que a mente humana pode perceber cognitivamente o futuro no presente, embora o mecanismo permaneça desconhecido.

FONTE: EPOCH TIMES